Páginas

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Leitura em movimento


O assíduo leitor desse impoluto blog já deve ter notado o quanto a questão urbana é assunto importante aqui. Muitos são os problemas e pouco tem se avançado na intenção de equacionar situações que beiram ao caos, a exemplo do trânsito soteropolitano. Evidente que para os usuários de transporte coletivo que tanto penam para conseguir chegar ao seu destino é desprendido cada vez mais tempo e várias são as técnicas utilizadas para tornar essa viagem o menos estressante possível, dentre uma dessas “estratégias de sobrevivência”, está a leitura no ônibus que será tratada agora.


Uma das mais prazerosas e edificantes atividades para se fazer naquele engarrafamento monumental que se descortina a sua frente, a leitura no ônibus é um momento de obtenção de maior cultura e certamente a depender do nível de imersão nessa atividade, te faz por alguns momentos se desconectar da dura realidade à sua volta. Claro que para tanto existem alguns pré-requisitos que não podem deixar de ser cumpridos para que  isso seja feito da maneira mais prazerosa possível.

Concentração:
Primeiro de tudo, concentração, é necessário que sua audição esteja completamente desconectada do que está ao redor, tarefa dificílima, haja vista a quantidade de barulho em volta, seja aquela conversa dos seus vizinhos de assento, seja os ruídos da rua, seja a ladainha monocórdica dos vendedores ambulantes, seja o inimigo numero um dos leitores de ônibus, o DJ de buzú, aquela figura sinistra e maléfica que quer externar pra todo mundo o seu gosto musical duvidoso. Ainda no quesito atenção, não só a audição deve ser mantida sob controle, mas também a visão, olho no livro é fundamental, então nada de olhar pra bunda daquela gostosa que esteja por perto. :D

Estabilidade:
Esqueça aquele papinho furado de que ler no ônibus pode provocar descolamento de retina, a não ser que a leitura seja impactante de tal forma que literalmente te atinja em cheio no rosto como um taco de baseball, já foi provado que nada dessas lendas é realmente procedente, mas o que é importante é ter estabilidade pra a vista não ficar cansada, ou ficar tonto, o que pode ser complicado caso a pista não esteja em boas condições e fique aquele trepidar no ônibus que tanto atrapalha a leitura.

Fator S:
Outro dado importantíssimo e que não pode passar batido é o fator sorte, sorte de pelo menos estar sentado (claro que ler em pé é possível, a depender do nível de lotação, lógico), e acima de tudo, sorte de não topar com nenhum dos tipos bizarros que tratei anteriormente.

Já ouvi de amigos relatos que devido ao corre-corre cotidiano somente conseguem por a leitura em dia no ônibus, eu estou incluído nessa categoria e provavelmente muitos dos carcaranautas também. Diante disso, é pertinente a idéia de que a leitura em movimento é o melhor antídoto para aturar nossa fluidez cada vez mais prejudicada.

Pintou engarrafamento? Tá esperando o que, camarada? Pegue um bom livro, seja feliz e cuidado pra não perder o ponto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário