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sexta-feira, 11 de março de 2011

O penoso caminho para casa

Foto: Andrea Faria/ Correio
Carnaval é tempo de diversão, de desestressar, curtir, pular, etc. Tem quem não goste, óbvio, e pra pessoas assim resta recorrer a outros tipos de divertimento ou viajar pra ter um pouco de sossego da folia momesca. No caso de Salvador, os circuitos tradicionais da Festa fervilham de gente vinda de todos os cantos do Brasil e do Mundo a fim de aproveitar a semana mais esperada do ano.

Chegar para os locais às vezes pode ser um tanto problemático, ônibus lotados e imensos congestionamentos são apenas alguns dos problemas enfrentados pelos foliões. Agora se chegar já não é fácil, voltar para casa se torna uma verdadeira odisséia.

Apesar de todo o esquema de transportes armado pela prefeitura, o que se via nas madrugadas pós-folia eram ônibus apinhados de gente, bagunça generalizada com pessoas entrando pelas janelas dos coletivos; engarrafamentos tão irritantes quanto à do percurso de ida. Mesmo pra quem procurou outra opção como os táxis, a coisa foi ainda mais feia e isso merece um parágrafo a parte.

As histórias que ouvi sobre o péssimo serviço dos motoristas de táxi foram diversas, o que mais se falava era da trabalheira para se conseguir um que não estivesse ocupado, às vezes se andava quilômetros para finalmente encontrar um. Era como se a pessoa encontrasse um oásis no meio do deserto. Só que esse “oásis” não tinha nem um pouco de beleza, pois, muitos taxistas alegando possível prejuízo devido a permanecer nos congestionamentos, preferiam acertar o preço antes da corrida, o que é proibido. Pra se ter uma idéia, ouvi de uma amiga que um deles cobrou incríveis 80 reais por pessoa pra poder fazer uma corrida de Ondina até o Itaigara, pra vocês verem até que ponto chega o absurdo. Isso quando não acontecia do taxista simplesmente recusar a corrida por alegar que o trajeto seria curto.

Depois ainda acham ruim quando são chamados de taxeiros.

Já entre suas contrapartes de duas rodas, vulgo moto taxistas, a coisa era ainda mais hardcore, não pelo fato de serem difíceis de encontrar pra uma corrida, mas pela grande quantidade de veículos apreendidos pela Transalvador e Polícia Militar e pelos diversos casos de imprudência dos “pilotos” desse tipo de transporte ainda não regulamentado.

Dentre todas as coisas que mancham a folia como as brigas, o lixo, as ruas com cheiro de mijo, ainda temos mais uma coisa pra “abrilhantar” negativamente essa festa tão significativa que é o carnaval de Salvador e pelo visto vai ser necessário um esforço imenso para reverter uma situação como essa. Quem acaba pagando o pato são todos; para uma cidade que almeja fazer bonito em uma Copa do Mundo é preciso ser melhor que isso, afinal não só a beleza cênica de uma cidade é o suficiente para ela ser amada por sua população e pelos turistas, mas também a qualidade dos serviços que são oferecidas nela.

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