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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O sonho distante da integração dos tranportes


 Lembro como se fosse ontem, após retornado de um final de semana na Ilha de Itaparica, me deparei com os ônibus com estranhas placas de cores diferentes assinaladas com as letras A,B, C, D. Levei um tempo pra entender que havia um certo padrão entre elas, os que iam para o subúrbio estavam em vermelho com a letra A, os para a orla, possuíam uma placa azul com a letra C e assim por diante. Quando cheguei em casa, após uma breve pesquisa na Internet verifiquei que tudo aquilo era parte de um plano da prefeitura de Salvador em conjunto com a SETPS para promover uma integração entre as linhas de ônibus que rodam dentro do município de Salvador. Segundo divulgado pela propria prefeitura em seu site, a proposta é prover o município de mais uma opção de serviços para os usuários de transporte coletivo, pois esse modelo de integração aberta possibilitaria que os portadores do salvador-card ao tomarem um coletivo de categorias diferentes, pagassem metade do preço da passagem. O que se pode ver depois de algum tempo é que apesar da boa intenção, muita coisa ainda necessita ser melhor pensada. Dentre elas posso citar as seguintes:
  • Considero muito curto o tempo que o usuário dispõe para efetuar a integração entre uma área e outra, em função do transito de nossa cidade ser um tanto quanto caótico . Imagine uma pessoa que more, por exemplo em Mussurunga, necessite tomar dois ônibus, de áreas que possibilitem a integração, e seja usuário do Salvador-card. A depender do costumeiro transito devagar quase parando da Paralela, nunca conseguiria tomar o outro ônibus nesse período de tempo e pagar metade do preço na segunda viagem. 
  • Segundo o projeto original, haveria a proposta de flexibilização de preços para determinados horários, ou seja, em períodos de menor movimento de passageiros, as tarifas teriam preços mais reduzidos. A implantação disso estaria dependente de estudo de impacto eonômico e operacional nas empresas operadoras dos serviços de transportes coletivos, coisa que passados quase dois anos ainda não aconteceu...
  • A implantação do serviço de transporte complementar, os conhecidos “amarelinhos”, foi uma idéia muito interessante, por permitir deslocamentos em bairros relativamente próximos. Isso não tenho muito a discutir
  • Outra questão que se deve levantar: esse sistema integrado ficará exclusivo a esse modal (ônibus)? Algo a ser pensado seria uma articulação com outras modalidades de transporte, a exemplo dos trens suburbanos e o futuro sistema de metrô (quem sabe um dia ainda funciona)
  • Essa integração poderia ser estendida a outros municípios da região Metropolitana de Salvador, pelo menos os que as interações cotidianas sejam mais intensas, a exemplo de Lauro de Freitas, Simões Filho e Camaçari.
  • Um fator positivo foi a criação do cartão avulso, possibilitando a ampliação da quantidade de pessoas que potencialmente poderiam se utilizar desse sistema.
Diante de todos esses fatores, percebe-se que ainda há muito a se avançar para que seja oferecido um serviço verdadeiramente de qualidade e satisfatório para toda a população de Salvador, vamos ver se pelo menos o que se planeja para o transporte na cidade para abrigar os jogos da Copa do Mundo melhore esse panorama.

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