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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eleições da pesada

Essas últimas eleições deram muito o que falar. Não estou aqui pra discutir a validade ou não de figuras como Tiririca terem sido eleitas com ampla aprovação ou que pessoas no mínimo suspeitas ainda se mantenham no poder, muito pelo contrário, venho dar meu depoimento de como foi o meu processo de votação que nesse ano foi um pouco fora do normal.
Minha zona eleitoral fica bem próxima de minha casa, em um colégio público nos Dois Leões, como minha seção é uma das mais tranquilas de lá, não me mexi para madrugar na porta e quitar rapidamente com minhas obrigações eleitorais. Estratégicamente, fui por volta do meio-dia que pela minha experiência em eleições anteriores, era um dos horários menos movimentados. Cheguei no colégio e me deparei com algumas filas que faziam inveja a qualquer banco em dia de pagamento, porém eu tinha plena certeza que a minha seção estaria tranquila. Bem, isso era uma meia verdade... Apesar da fila não estar muito grande, resolveram, por todas as pessoas que justificariam seu voto naquela seção e aí a coisa se complicou um pouco, o que normalmente levaria quatro, cinco minutos contando com o tempo de fila e votação deve ter aumentado pelo menos quatro vezes. Eu costumo ter muita paciência em filas, mas o que mata às vezes é quando as outras pessoas se estressam com a mínima demora, como foi o caso de uma senhora ter demorado um pouco mais e começaram os muxoxos, os comentários, as reclamações, caramba! Por pouco não me contaminei com o sentimento alheio de indignação. Quando já estava passando de uma cadeira pra outra, numa verdadeira "dança das cadeiras" pra chegar e apresentar meus documentos, eis que surgem um idoso e um fiscal de partido, como eles solicitaram e tem prioridade, tive que recuar duas cadeiras. O fiscal rapidamente votou, porém o senhor começou a puxar conversa comigo:
- Vai votar em quem pra Deputado?
- Hã?
- Já tem candidato pra deputado? Diz, sacando pedacinhos de papel com vários números. Eu já tenho candidato pra Presidente, senadores, só falta os deputados...
- Não sei se seria uma boa ideia induzir seu voto assim... Vá que seja uma pessoa que o senhor não conheça...
- Não tem problema, só não quero perder meu voto, diz aí...
- Veja bem...
- Senhor Astolfo Bado (Nome fictício), chama o mesário.
Não sei se foi por não ter os números que restavam, mas tive que esperar incríveis cinco minutos para que ele completasse o processo e de quebra ele ficou perguntando pros mesários que número votar, evidente que não disseram, mas tudo bem, com idosos tenho toda a paciência do mundo...
Já tendo votado, e com os bolsos cheios com os santinhos recebidos na vinda para o colégio, por pessoas que faziam boca de urna, fui abordado por uma senhora que me ofereceu mais alguns de um candidato:
- Já votei, agora já era. Respondi
- Mas guarde pra daqui a dois anos, disse a senhora.
Quando eu dei as costas e caminhei de volta pra casa, atravessei calçadas completamente tomadas por panfletos, santinhos e afins, uma sujeirada só que me deixou mais revoltado que todo o perrengue que eu tinha passado na fila. É, galera, Segundo turno tem mais.

 

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